segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ANÁLISE E DISCUSSÃO SOBRE A QUESTÃO DO PECADO - parte II

Observo que diligentemente as religiões cristãs evangélicas em sua história á causarem aberrações de caráter moral e repugnante, quando resolveram a tarefa de aplicarem a moral a partir da natureza humana. Por conseguinte, religiões tão pouco tem de planejarem isto, não devem servir do universo para deduzirem deveres, ela não devem conter códigos de leis.

A Teologia da Libertação que teoricamente deveria ensinar a Igreja a tomar partido pelos pobres e humilhados deste mundo, deveria está mais preocupada com a sociedade que esta corrompida não só na sua periferia, mas em toda a sua substância pela exploração desumana dos pobres pelos ricos, pela injustiça institucionalizada, o pecado social e o egoísmo.

As igrejas cristãs evangélicas contemporâneas admitem, de modo dissimulada, sua categorização como religião de comércio através do que os estudiosos ensejam chamando de “teologia da prosperidade”. Não se restringe a pregar a “salvação” somente com um sentido escatológico, o que era pecado antes hoje não é mais, havendo assim a necessidade de refazer uma nova leitura da questão do pecado.
Dentro da Teologia contemporânea a esperança é o alicerce fundamental e imprescindível para a prática de uma ética pela vida, neste caso posso fundamentar e refletir na teologia de Jürgen Moltmann, que enfatiza a realização da esperança escatológica através da justiça, da humanização do ser humano, da socialização da humanidade e da paz para toda a criação. Por causa da esperança, os seres humanos não capitulam diante do imutável e se mantém como seres insatisfeitos e inquietos num mundo injusto e não redimido. A fé é dependente da esperança, afirma, lembrando “o pai da igreja, Crisóstomo: Não é tanto o pecado que nos afunda na perdição, mas sim a desesperança”.
A contemporaneidade desvenda em sua tragédia que, a noção de pecado longe de ser uma noção ultrapassada ou, uma questão do sujeito consigo mesmo - auto-erotismo capital -, diz respeito a uma realidade que concerne primeiramente ao Outro. Falar de pecado é ser remetido imediatamente à existência do Outro. Apesar de não acreditar que as escrituras fossem à palavra de Deus inspirada e que ninguém poderia estar protegido de nada além que a sua experiência pessoal, Schleiermacher, seguramente mantinha que cada pessoa tem uma consciência de Deus que insufla um senso de dependência para com algo para além de si mesmo, e que uma vez que o homem é totalmente condicionado a Deus, o pecado procede sempre que a pessoa se debate por independência.