domingo, 20 de janeiro de 2013

O MEDO É A BASE DA RELIGIÃO


“A felicidade não deixa de ser verdadeira porque deve necessariamente chegar a um fim, tampouco o pensamento e o amor perdem seu valor por não serem eternos.” (RUSSEL, 2009, pag. 39). Em uma definição de como a religião cristã evangélica influência na vida das pessoas, nitidamente notamos como sua capacidade de interagir psicologicamente com o que há de mais frágil no ser humano e temido principalmente pelos cristãos, a aversão irreprimível que existe no homem, o medo. Esta é, principalmente, a base de todo o litígio: o assombro do mistério, o espanto da derrota, o medo da morte. O medo é a nascente da crueldade e, consequentemente, não é de se estranhar que a crueldade e a religião caminhem de mãos dadas. Isso porque o medo é à base dessas duas coisas. Assim vamos aos poucos compreendendo as coisas e refreando tais práticas se opondo contra a religião cristã, contra as Igrejas e contra a oposição de todas as antigas leis. A ciência pode ajudar-nos a superar este medo covarde com o qual a humanidade tem vivido por tantas gerações.

Focando na maior parte da população, existe no fundo de suas memorias, o medo obcecado de ruina, isso é confirmado quando nos referimos às pessoas que têm filhos. Os que têm maiores poderes aquisitivos receiam que embarguem os seus investimentos, os desprovidos temem o desemprego ou a perda da saúde. Estão todos comprometidos na busca compulsiva pela segurança e idealizam que isso pode ser obtido através da submissão à religião, igreja ou líderes evangélicos. Nos períodos de pânico é que a crueldade aparece em maior proporção e mais bárbara. Chegamos a uma analise que só a justiça concede o ato de dar segurança. Neste caso, a justiça é uma analogia ao prestígio dos direitos iguais de toda a raça humana, e o medo, como paixão irracional, e não como uma prevenção racional de alguma possível desgraça.

É preciso evitar que haja miséria; é preciso melhorar a saúde pública por meio da medicina, da higiene e de saneamento e de todos os outros métodos tendentes a diminuir os terrores que rondam os abismos da mente humana e surgem como pesadelos quando os homens dormem. (RUSSELL, 1965, pag. 79).