sexta-feira, 15 de agosto de 2014

QUIMERAS E FATOS DE UMA REALIDADE CRISTÃ EVANGELICA

Com raras exceções, a religião que um ser humano acolhe é aquela da comunidade em que ele vive isso é, o que o torna evidente que a influência do ambiente foi o que o levou a aceitar a referida religião, neste caso, uma igreja evangélica. É verdade que os escolásticos inventaram o que declarava ser argumentos lógicos da prova da existência de Deus, e que tais argumentos, ou outros de teor semelhantes, foram aceitos por muitos filósofos e teólogos eminentes, mas a lógica a que esses argumentos apelavam é um tipo de lógica aristotélica antiquada, hoje rejeitada, praticamente, por todos os lógicos, exceto os que são católicos. Bertrand Russell constrói a ideia de que a questão da veracidade de uma religião é uma coisa, mas o fato de sua utilidade é outra, diferente. Está tão firmemente persuadido de que as religiões são nocivas, como o estar de que são falsas. O mal causado pela religião é de duas espécies: uma, dependendo da sorte de crença que se julga deve ser dada à mesma, e, a outra das doutrinas particulares em que se crê. Quanto à espécie de crença, considera-se virtude ter fé. (RUSSELL, 1965, pág. 14). O mais notório é que, Deus é responsável pelas ações ou omissões, de tudo que acontece no mundo, com toda a dose de desumanidade que isso supõe. Outra é que não se vê a necessidade, sugerida por Jesus, de pedir a Deus tudo, que se faça a sua vontade assim na terra como no céu e se é verdade que Deus não tem ou não se impôs limitação alguma em exercer tal vontade mediante intervenções diretas de seu poder. E se ele o faz alguma vez, por que não sempre? É de admirar que tenha existido tão pouca oposição contra as violações perpetradas a mercê de interesses eclesiásticos. Um dos motivos para isso parece ser a fé generalizada de que a religião evangélica, hoje em dia, é afetuosa e compreensiva e que as perseguições são episódio do ocorrido de outrora. Este é uma quimera (6) perigosa. Apesar de muitos líderes religiosos serem, indiscutivelmente, amigos verdadeiros da liberdade que admitem modos de pensar e, ainda, partidários comprovados da separação entre a Igreja e o Estado, infelizmente, existem outros que, se pudessem, incumbiriam às perseguições e, de fato, o fazem, quando podem.