quinta-feira, 17 de setembro de 2015

PARADOXOS IDEOLÓGICOS: JESUS E AS IGREJAS CRISTÃS EVANGELICAS - PARTE II

Abordando agora sob algumas questões envolvendo a moral cristã e o comprometimento com a vida na sua importância. De modo particular, observa-se uma quimera, controvérsia muito séria na atitude moral de Jesus, e isso porque Ele institui o inferno e tomando como base ideológica de que Cristo, aí estando Ele em sua forma humana, segundo o cristianismo, incompreensível, é que Jesus em sua forma densamente humana, tem a faculdade de esperar no castigo eterno. Certamente, Jesus como é exposto nos Evangelhos, tinha fé no castigo eterno, e nós encontramos, frequentemente, uma cólera, como punição legal contra os que não aceitavam aos seus mandamentos, fazendo com que essa atitude seja difundida de modo convencional entre pregadores, mas que, de certo modo, se afasta da dignidade perfeita. Vemos que nos Evangelhos, Cristo disse: “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação ao inferno?” (7). Dito isso as pessoas que não simpatizavam com suas teorias. Existe, por apropriado, o escrito familiar acerca do pecado contra o Espírito Santo: “Quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem neste século nem no futuro” (8). Esta escrita acarretou inefável desgraça no mundo, porquanto que toda a natureza de indivíduo idealizava possuir pecado contra o Espírito Santo e entendia que não seria perdoada nem neste mundo, nem no que se cogita. Realmente não parece que uma pessoa com dom natural, merecimento, predicado moral ou intelectual com grau correspondente de bondade em sua natureza teria imposto no mundo temores e terrores dessa condição. Ainda realizando uma analogia dos parâmetros sobre esses tipos paradoxos de moral contra a vida, na qual as religiões cristãs evangélicas baseiam-se nos textos bíblicos, podemos citar outros em que Cristo diz ainda: ―O Filho do homem enviará os seus anjos, e tirarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes‖ (9). Essa expressão corrobora continuadamente versículo após versículo e a nosso ver indica que a alusão às lamúrias e ao ranger dos dentes causa certo gozo na contemplação dos prantos e da produção áspera com o atrito dos dentes. Nós todos nos lembramos, com certeza, do texto acerca das ovelhas e das cabras; de como no segundo advento, a fim de apartar as ovelhas das cabras, assim Ele dirá às cabras: ―... Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno...‖ (10). E Ele continua por versículos afora: “E irão eles para o castigo eterno” (11). ―Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno‖ (12). Necessitamos proferir que na nossa avaliação, um ensinamento de exaltação ao fogo duradouro como arma de revanche para a correção do pecado, estimula mandamentos de crueldades. É uma teoria que impõe crueldade na humanidade e debela famílias a um martírio bárbaro, e o Jesus das boas novas, se pudermos receber como os seus seguidores o representam, teria, seguramente, de ser indicado, em parte, o responsável por isso. São estas as boas novas para os que não concordarem com suas ideologias, hoje representadas pelas igrejas evangélicas.

PARADOXOS IDEOLÓGICOS: JESUS E AS IGREJAS CRISTÃS EVANGELICAS

Existem algumas formas que merecem ser observadas e analisadas sob os parâmetros apresentados pelas ideologias de Jesus e os oferecidos pelas religiões cristãs evangélicas. Quimeras ou fatos? Podemos fazer uma síntese analógica que iniciaremos no teor da chamada justiça, que é a seguinte: proferem que a existência de Deus é imprescindível a fim de que exista justiça no mundo. No ambiente do universo que distinguimos há grande injustiça e, não é diferente que os bons sofram e os maus prosperem, e a gente nem imagina qual dessas coisas é a que mais incomoda. Porém, para que exista a suposta justiça no universo de forma completa, temos de cogitar a existência de uma vida futura para atender a vida aqui na Terra. De tal modo, dizem que deve existir um Deus, e que deve existir inferno e céu, a fim de que, no final, venhamos a encontrar a justiça. Esse é um contexto muito curioso. Ao analisarmos o argumento sob a ótica científica, articulamos: afinal de contas, conhecemos este mundo apenas. Não sabemos do resíduo do universo, embora, tanto quanto podemos raciocinar referente às probabilidades, diríamos que este mundo compõe um admirável padrão e, se aqui existe injustiça, é muito provável que haja injustiça também em outras partes. Imaginamos que recebemos um cesto de laranjas e que, ao abri-lo, observamos que todas as laranjas que acima se encontram estão estragadas. Diríamos então: as de baixo devem estar boas, para compensar as de cima. Diríamos: é plausível que estejam todas estragadas. E é exatamente isso que uma pessoa de alma científica diria referente ao universo. Diria: deparamo-nos neste mundo com muita injustiça e, como ao que isso se menciona, existe razão para se crer que o mundo não é conduzido pela justiça. De imediato, tanto quanto podemos perceber isso abastece um assunto moral contra a deidade e não a seu favor. Sei, certamente, que os argumentos intelectuais sobre os quais vos estou falando não são, na verdade, de molde a estimular as pessoas. O que realmente leva os indivíduos a acreditar em Deus não é nenhum argumento intelectual. A maioria das pessoas acredita em Deus porque lhes ensinaram, desde tenra infância, a fazê-lo, e essa é a principal razão. (Russell, 1965, pág. 25). Imaginamos ainda que a subsequente e mais poderosa razão disso é a cobiça pela segurança, uma condição de impressão de que existe um irmão mais velho olhando pela gente. Isso realiza um papel muito profundo, influenciando o anseio das pessoas quanto a uma fé em Deus. Admitindo então tais ditos, chegamos aos pontos em que desacreditamos que se possa concordar com a sabedoria exímia e com a bondade magistral de Cristo, tal como são narrados nos Evangelhos. Acolhida a história bíblica tal como ela nos apresenta, deparamos com alguns fatos que não nos parecem muito sensato ou prudente. Por um momento, seguramente Jesus imaginou que a Sua segunda chegada aconteceria em nuvens de glória antes da morte de todos os habitantes que estavam vivendo naquela ocasião. Há vários textos que o evidenciam. Essa era a fé dos primeiros admiradores, estabelecendo o embasamento de uma grande parte dos ensinamentos morais de Jesus. Quando Ele disse: ―Não andeis inquietos pelo dia de amanhã‖ e outras coisas idênticas foram, na maioria, porque estimava que o seu segundo advento significasse muito em breve e que, por isso, os argumentos mundanos não tinham importância. Diz Ele, por exemplo: ―Não acabareis de correr as cidades de Israel, sem que venha o Filho do Homem‖. E adiante: ―Entre aqueles que estão aqui presentes, há alguns que não morrerão, antes que vejam o Filho do Homem no seu reino‖ — e há uma porção de lugares em que é bastante claro que Ele acreditava que a Sua segunda vinda ocorreria durante a vida dos que então viviam. (Russell, 1965, pág. 27).