“A felicidade não deixa de ser verdadeira porque deve
necessariamente chegar a um fim, tampouco o pensamento e o amor perdem seu
valor por não serem eternos.” (RUSSEL, 2009,
pag. 39). Em uma definição de como a religião cristã evangélica influência na
vida das pessoas, nitidamente notamos como sua capacidade de interagir
psicologicamente com o que há de mais frágil no ser humano e temido
principalmente pelos cristãos, a aversão irreprimível que existe no homem, o
medo. Esta é, principalmente, a base de todo o litígio: o assombro do mistério,
o espanto da derrota, o medo da morte. O medo é a nascente da crueldade e,
consequentemente, não é de se estranhar que a crueldade e a religião caminhem
de mãos dadas. Isso porque o medo é à base dessas duas coisas. Assim vamos aos
poucos compreendendo as coisas e refreando tais práticas se opondo contra a
religião cristã, contra as Igrejas e contra a oposição de todas as antigas
leis. A ciência pode ajudar-nos a superar este medo covarde com o qual a
humanidade tem vivido por tantas gerações.
Focando na maior parte da população, existe no fundo de
suas memorias, o medo obcecado de ruina, isso é confirmado quando nos referimos
às pessoas que têm filhos. Os que têm maiores poderes aquisitivos receiam que
embarguem os seus investimentos, os desprovidos temem o desemprego ou a perda
da saúde. Estão todos comprometidos na busca compulsiva pela segurança e idealizam
que isso pode ser obtido através da submissão à religião, igreja ou líderes
evangélicos. Nos períodos de pânico é que a crueldade aparece em maior
proporção e mais bárbara. Chegamos a uma analise que só a justiça concede o ato
de dar segurança. Neste caso, a justiça é uma analogia ao prestígio dos
direitos iguais de toda a raça humana, e o medo, como paixão irracional, e não
como uma prevenção racional de alguma possível desgraça.
É
preciso evitar que haja miséria; é preciso melhorar a saúde pública por meio da
medicina, da higiene e de saneamento e de todos os outros métodos tendentes a
diminuir os terrores que rondam os abismos da mente humana e surgem como
pesadelos quando os homens dormem. (RUSSELL, 1965, pag. 79).
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