quinta-feira, 17 de setembro de 2015

PARADOXOS IDEOLÓGICOS: JESUS E AS IGREJAS CRISTÃS EVANGELICAS

Existem algumas formas que merecem ser observadas e analisadas sob os parâmetros apresentados pelas ideologias de Jesus e os oferecidos pelas religiões cristãs evangélicas. Quimeras ou fatos? Podemos fazer uma síntese analógica que iniciaremos no teor da chamada justiça, que é a seguinte: proferem que a existência de Deus é imprescindível a fim de que exista justiça no mundo. No ambiente do universo que distinguimos há grande injustiça e, não é diferente que os bons sofram e os maus prosperem, e a gente nem imagina qual dessas coisas é a que mais incomoda. Porém, para que exista a suposta justiça no universo de forma completa, temos de cogitar a existência de uma vida futura para atender a vida aqui na Terra. De tal modo, dizem que deve existir um Deus, e que deve existir inferno e céu, a fim de que, no final, venhamos a encontrar a justiça. Esse é um contexto muito curioso. Ao analisarmos o argumento sob a ótica científica, articulamos: afinal de contas, conhecemos este mundo apenas. Não sabemos do resíduo do universo, embora, tanto quanto podemos raciocinar referente às probabilidades, diríamos que este mundo compõe um admirável padrão e, se aqui existe injustiça, é muito provável que haja injustiça também em outras partes. Imaginamos que recebemos um cesto de laranjas e que, ao abri-lo, observamos que todas as laranjas que acima se encontram estão estragadas. Diríamos então: as de baixo devem estar boas, para compensar as de cima. Diríamos: é plausível que estejam todas estragadas. E é exatamente isso que uma pessoa de alma científica diria referente ao universo. Diria: deparamo-nos neste mundo com muita injustiça e, como ao que isso se menciona, existe razão para se crer que o mundo não é conduzido pela justiça. De imediato, tanto quanto podemos perceber isso abastece um assunto moral contra a deidade e não a seu favor. Sei, certamente, que os argumentos intelectuais sobre os quais vos estou falando não são, na verdade, de molde a estimular as pessoas. O que realmente leva os indivíduos a acreditar em Deus não é nenhum argumento intelectual. A maioria das pessoas acredita em Deus porque lhes ensinaram, desde tenra infância, a fazê-lo, e essa é a principal razão. (Russell, 1965, pág. 25). Imaginamos ainda que a subsequente e mais poderosa razão disso é a cobiça pela segurança, uma condição de impressão de que existe um irmão mais velho olhando pela gente. Isso realiza um papel muito profundo, influenciando o anseio das pessoas quanto a uma fé em Deus. Admitindo então tais ditos, chegamos aos pontos em que desacreditamos que se possa concordar com a sabedoria exímia e com a bondade magistral de Cristo, tal como são narrados nos Evangelhos. Acolhida a história bíblica tal como ela nos apresenta, deparamos com alguns fatos que não nos parecem muito sensato ou prudente. Por um momento, seguramente Jesus imaginou que a Sua segunda chegada aconteceria em nuvens de glória antes da morte de todos os habitantes que estavam vivendo naquela ocasião. Há vários textos que o evidenciam. Essa era a fé dos primeiros admiradores, estabelecendo o embasamento de uma grande parte dos ensinamentos morais de Jesus. Quando Ele disse: ―Não andeis inquietos pelo dia de amanhã‖ e outras coisas idênticas foram, na maioria, porque estimava que o seu segundo advento significasse muito em breve e que, por isso, os argumentos mundanos não tinham importância. Diz Ele, por exemplo: ―Não acabareis de correr as cidades de Israel, sem que venha o Filho do Homem‖. E adiante: ―Entre aqueles que estão aqui presentes, há alguns que não morrerão, antes que vejam o Filho do Homem no seu reino‖ — e há uma porção de lugares em que é bastante claro que Ele acreditava que a Sua segunda vinda ocorreria durante a vida dos que então viviam. (Russell, 1965, pág. 27).

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